segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Divulgação


Novo livro publicado pela Comissão Cultural de Marinha


A apresentação deste livro terá lugar na próxima quarta-feira, dia 7 do corrente, em Lisboa. Sendo bem conhecidos os nomes dos autores, é de antever mais um excelente trabalho de recolha de informação histórica e actual do Armorial da Marinha Portuguesa, a justificar muito interesse e aquisição obrigatória.

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Leixões na rota do turismo!


Navios em porto durante a segunda quinzena de Novembro

Navio de passageiros "Boudicca"

Duas escalas no período de uma semana, mas em sentido inverso.
No dia 17, o navio chegou ao porto procedente do Funchal, tendo saído com destino a Liverpool. No dia 23, o navio retorna ao porto vindo directamente de Liverpool, continuando esta viagem de cruzeiro com destino ao Funchal.

Navio de passageiros "Stadt Amsterdam"

Este navio, que arma em galera, chegou ao exterior do porto no dia 26, tendo entrado no dia seguinte, vindo procedente de Ijmuiden, como já aconteceu em escalas anteriores. Ficou no porto em visita prolongada até ao dia 29, lamentavelmente com tempo algo desagradável. No último dia de escala, reapareceu o sol e boas condições de mar, a prometer um boa viagem até Las Palmas.

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

O vapor "Maceió"


O Brasil na guerra
O ataque e afundamento do vapor “Maceió”

Na Espanha - Guerra submarina
Madrid, 5 - Chegou a Corcubion uma lancha conduzindo o comandante e 17 tripulantes do vapor brasileiro “Maceió”, torpedeado por um submarino alemão.
Faltam ainda 2 lanchas com 14 homens.
(In jornal "Comércio do Porto", terça-feira, 8 de Agosto de 1918)

Pormenor de quadro com navios da Hamburg-Sud, cerca de 1910
Pintura a óleo de autor desconhecido, sem correspondência ao texto

Características do vapor “Maceió”
Armador: Governo do Brasil
Nº 121 - Iic: N/s - Porto de registo: Rio de Janeiro
Construtor: Bremer Vulkan, Vegesack, 14.12.1910
ex “Santa Anna”, Hamburg Sudamerikanische D.G., 1910-1917
Arqueação: Tab 3.739,00 tons
Dimensões: Pp 107,00 mts - Boca 15,30 mts - Pontal 7,30 mts
Propulsão: Bremer Vulkan A.G., 1:Te - 220 Nhp - 9,5 m/h
Equipagem: 32 tripulantes

O navio foi afundado em resultado do torpedeamento efectuado pelo submarino alemão U-43, que se encontrava sob o comando do capitão Johannes Kirchner, ao largo do cabo Ortegal (norte de Espanha), em 3 de Agosto de 1918, quando em viagem do Havre para Nova Iorque. Não há registo de vítimas.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

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Dia Nacional do Mar 2016
em Lisboa


e no Porto


domingo, 13 de novembro de 2016

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6.º Encontro da Rede Nacional da Cultura dos Mares e dos Rios
Esposende
19 de Novembro 2016
Comemorações Dia Nacional do Mar

PROGRAMA

1ª Sessão - Local: Museu Marítimo de Esposende
09h30 - 13h00 - Seminário “A construção naval tradicional do Norte de Portugal”
09.00h - Receção
09.30h - Boas vindas e início de trabalhos
10.00h - 10.20h - (conferências) - Ria de Aveiro
10.20h - 10.40h - (conferências) - Vila do Conde
10.40h - 11.00h - (conferências) - Viana do castelo
11.00h - 11.15h - (intervalo) coffee break
11.15h - 11.35h - (conferências) - Esposende
11.35h - 12.00h - Debate
12.00h - 12.20h - Apresentação do documentário “Água” (15m)
12.20h - 13.00h - Visita guiada à exposição: A construção naval na Ribeira do Cávado: os estaleiros de Esposende e Fão
13.00h - 14.30h - Intervalo (almoço livre)
2ª Sessão - Local: Fórum Municipal Rodrigues Sampaio
14.30h - 17.00h - Assembleia Administrativa
14.30h - Inicio dos Trabalhos - Período antes ordem do dia
14.45h - Ordem do dia
15.00h - Leitura e aprovação das Normas da RNCMR
15.30h - Aprovação do Logotipo da RNCMR
15.45h - 16.00h – (intervalo) coffee break
16.00h - Apresentação do relatório do mandato do Município de Esposende
16.15h - Eleição de nova Presidência
17.00h - Fim da ordem dos Trabalhos
17.30h - Cerimónia de Encerramento - Encerramento da Presidência do Município de Esposende na RNCMR 2014-2016
Logotipo proposto para aprovação

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

A chalupa lagosteira "Santa Maria"


Portugal e a guerra
O ataque e afundamento da chalupa ao largo de Peniche

Desenho de chalupa sem correspondência ao texto

Características da chalupa
Nº. Oficial: 437-C - Iic: H.S.M.B. – Porto de registo; Lisboa
Armador: João P. Leite, Lisboa
Construtor: Não identificado, Kerity, França, 1910
Arqueação: Tab 55,76 tons - Tal 43,16 tons
Dimensões: Pp 15,70 mts - Boca 5,80 mts - Pontal 2,75 mts
Propulsão: À vela
Equipagem: 4 tripulantes

A chalupa foi canhoneada e afundada pelo submarino alemão U-22, que se encontrava sob o comando do capitão Hinrich Hermann Hashagen, quando se encontrava ao largo de Peniche, em viagem de Lisboa para o Porto, no dia 4 de Julho de 1918.

Náufragos da chalupa “Santa Maria”
Viana do Castelo, 10 – Chegaram ante-ontem à cidade os tripulantes da chalupa lagosteira “Santa Maria”, canhoneada em Peniche.
O seu mestre, sr. Lúcio, disse que os tiros foram certeiros, não lhe dando tempo a salvar coisa alguma, nem mesmo a arrear a gamela.
Nadaram durante 10 minutos até que o submarino os tomou e os conduziu a uma barca da picada, sendo por esta lançados em terra. A bordo do submarino foram muito bem tratados.
O submarino conservou-se à vista da barca da picada até esta alar as redes e navegar para terra, onde chegou às 11 horas da noite. O canhoneio deu-se às 5 horas da tarde.
Os pobres pescadores, sem roupa para mudar, conservaram-se molhados até que em Peniche lhes dispensaram roupas.
(In jornal “Comércio do Porto, quarta-feira, 11 de Julho de 1918)

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

O vapor "Alentejo"


Portugal e a guerra
A marinha mercante no mar, na Iª Guerra Mundial
Ecos de um tempo ainda presente!


Chegou aqui o capitão da marinha mercante sr. José Águas Ferreira dos Santos, comandante do vapor “Alentejo”, ao serviço da intendência francesa, fazendo o transporte de tropas e munições entre Marselha e Salónica.
O distinto e valoroso oficial que, conforme previamente referido, mereceu recompensa especial pelos actos de bravura e boa administração, veio a Portugal em gozo de licença e simultaneamente para tratar de assuntos relativos aos navios e tripulações portuguesas que se encontram ao serviço da grande república.
Houve na circunstância a oportunidade de abraçar esse valente marinheiro, que tão nobremente tem sabido honrar as tradições portuguesas.
- Todos os oficiais que navegam no Mediterrâneo, servindo a França – diz o sr. Águas Ferreira – encontram-se satisfeitíssimos. As autoridades e o povo francês distinguem carinhosamente os nossos compatriotas.
«A bandeira verde-rubra, que ninguém conhecia, aparece hoje nas vitrinas de todos os estabelecimentos, entre o estandarte dos aliados.» «De Marselha a Salónica já ninguém nos interroga sobre a nossa nacionalidade. Em Salónica, a primeira vez que ali chegou um dos nossos navios foi um sucesso.»
«Desde que o primeiro contingente português pisou o solo da França, a consideração que nos dispensam é redobrada. Sentimos orgulho em poder declarar que somos portugueses.»
«A colónia israelita portuguesa dispõe de grande fortuna.»
«A oficialidade e as tripulações consideram-se como em família no meio daqueles portugueses, uns que mal falam a nossa língua, outros desconhecendo-a por completo, falando o espanhol, o francês, o turco ou o grego.»
«O nosso compatriota de maior categoria em Salónica é o israelita Jac Isaac Molho, conselheiro municipal e vogal da câmara de comércio.
Dispõe de grande fortuna e influência. Tem recebido agradavelmente os marinheiros portugueses, promovendo-lhes recepções carinhosas na loja maçónica de Salónica, em que tem um alto grau.»
«Está a cidade em guerra e, por isso, as manifestações não podem ser ostensivas; mas, nem assim devemos menos à gentileza daqueles compatriotas, perdidos nos confins do Mediterrâneo.»
«Todos lamentam que não se intensifiquem mais as relações com a metrópole lusitana, pelo estabelecimento de navegação direta, e que as funções do cônsul sejam desempenhadas por um francês, o que não contribui para afervorar o espírito da nacionalidade.»
- Quantas vezes visitou já Salónica?
- Seis, respondeu o brioso oficial. E prosseguindo, diz:
«Os nossos navios têm sido felizes. Apenas o “Sagres” foi torpedeado.»
- E como se deu o torpedeamento?
- Não se sabe bem. O navio seguia para Salónica quando, a certa altura, foi torpedeado, e, segundo dizem as tripulações, todos os navios que o comboiavam.
- Então ninguém acudiu a essas tripulações em perigo?
- Não pôde ser. As ordens são rigorosas. Quando surge um submarino, os navios que acompanham o que está sendo atacado tem por dever fugir imediatamente.
- Não há então notícias da tripulação?
- O ataque deu-se a 16 deste mês e a 23 ainda não se sabia dela.
- E como se deu o desastre do “Horta”?
- O navio ia largar para Salónica, com 500 toneladas de gasolina. Eram 6 horas da tarde. Subitamente deu-se a explosão desse combustível e não se sabe qual tenha sido a sua origem.
«O incêndio deu-se no paiol da amarra, onde se encontrava um tripulante, que ficou reduzido a cinza, saindo feridos gravemente dois fogueiros e um marinheiro, que se encontram em perigo de vida num hospital, não havendo esperanças de os salvar.»
«A explosão provocou um extraordinário alarme no cais.»
«Junto do “Horta” estavam outros navios carregados de explosivos, entre os quais o “Alentejo” e o “Sagres”. Felizmente, não corria vento, porque, em caso contrário, a catástrofe seria enorme.»
«A extinção do incêndio terminou às 9 horas da manhã do dia seguinte, pelo afundamento do vapor. Para isso foram chamados dois rebocadores que, com as bombas de pressão, o encheram de água.»
- Perdeu-se então o navio?
- Não, felizmente. Hoje encontra-se já flutuando, tendo já os trabalhos sido executados pelo pessoal da intendência francesa, coadjuvados pelo distinto oficial da armada Lamy, adjunto a essa intendência.»
Despedimo-nos do distinto oficial, agradecendo-lhe as preciosas informação que nos facultou. Soubemos depois que os oficiais ao serviço da Comissão de Transportes Marítimos, que se encontram presentemente em Lisboa, oferecem na segunda-feira um jantar ao seu valoroso camarada sr. José Águas Ferreira dos Santos.
(In jornal "Comércio do Porto", Domingo, 24 de Abril de 1917)

O vapor "Alentejo"
Desenho de Luís Filipe Silva

Características do vapor “Alentejo”
1916-1917
Nº Oficial: N/s - Iic: H.A.L.E. - Porto de registo: Lisboa
Armador: Transportes Marítimos do Estado, Lisboa
Construtor: Schiffswerft Bremer Vulkan A.G., Vegesack, 10.1911
ex “Uckermark”, Hamburg-Amerika Linie, Hamburgo, 1911-1916
Arqueação: Tab 4.312,24 tons - Tal 2.652,06 tons
Dimensões: Pp 121,76 mts - Boca 16,12 mts - Pontal 7,18 mts
Propulsão: Bremer Vulkan A.G. - 1:Te - 2.700 Ihp - 11 m/h

A explosão, em Salónica, a bordo do vapor “Alentejo”
Devido à amabilidade de pessoa completamente informada sobre a explosão e incêndio a bordo do antigo navio alemão “Alentejo”, que teve lugar em Salónica, em que a equipagem se portou de tal forma, que levasse o ministro da marinha de França a conceder ao comandante e a alguns tripulantes a Cruz de Guerra, é agora possível narrar um interessante relato do ocorrido:
No dia 3 de Julho último deu-se uma explosão a bordo do transporte de guerra português “Alentejo”, ao serviço da Intendência de Marinha Nacional Francesa, quando descarregava no cais grego, em Salónica, o material que transportava.
O “Alentejo”, um dos melhores antigos navios alemães, é um navio perfeitamente moderno, com esplêndidos aparelhos de descarga e maquinismos de propulsão muito aperfeiçoados, tendo sempre rendido valiosos serviços aos nossos aliados na rapidez de transporte e facilidade nas operações portuárias.
Comandado pelo jovem, mas entendido capitão sr. J. Marcos de Sousa Magalhães, tinha como chefe de máquinas o sr. Luiz Maria da silva e imediato o sr. L. Vitorino Miranda, todos eles com louvores na marinha francesa, os dois primeiros quando do ataque do “Horta”, o primeiro ainda como imediato e o sr. Silva já como 1º maquinista, e o sr. Vitorino Miranda pelos importantes serviços que sempre prestou a bordo do “Alentejo”, como segundo piloto e já como imediato.
O “Alentejo” que partiu de Marselha a 3 de Junho, com um carregamento de material diverso, seguiu viagem para Bobe (Argélia), onde chegou no dia 5, de manhã, partindo às 5 horas da tarde para Bizerte (Tunísia).
Ancorado neste porto, no outro dia de manhã aguardou ordem de saída, para continuar a sua viagem para Salónica, o que se verificou no dia 5, fazendo durante os 10 dias de viagem uma travessia sossegada e em boas condições de tempo.
Foi, porém, morosa, devido às instruções recebidas no mar, as quais lhe eram fornecidas pelo grande número de vigilantes aliados, e com tanta felicidade que conseguiu sempre evitar um mau encontro, embora para isso tivesse de sacrificar caminho e, portanto, tempo, chegando a Salónica no dia 15, pelas 6 horas da tarde.
Como fosse grande a quantidade de navios a descarregar não encontrou de imediato lugar no cais, descarregando por isso ao largo o correio e os aviões que trazia no convés. No dia 24, pelas 5 horas da tarde, atracou ao cais e começou imediatamente a descarga, marchando sempre tudo com boa regularidade.
No dia 3, estava o navio quase descarregado quando se deu a explosão. Cerca das 8 horas e meia da manhã, uma lingada de caixas de pequenas granadas de espingarda, que estavam a tirar do porão nº3, devido a uma imprudência do pessoal de terra que atendia à descarga, rompeu-se, caindo de uma altura de cerca de 8 metros, produzindo no choque a primeira série de explosões.
Logo começaram os estilhaços a sair pela escotilha. O momento foi horrível. Os estilhaços eram projectados a enorme distância, pondo em perigo tudo o que rodeava o navio.
Os estabelecimentos da cidade que fazem frente ao cais fecharam imediatamente, os armazéns serviram de abrigo ao pessoal que estava no cais, e a bordo dos outros navios foram tomadas precauções a fim de serem evitados novos acidentes causados pelos estilhaços que os atingiram.
O capitão e o primeiro maquinista encontravam-se no camarote, sendo o deste último atingido pelos primeiros estilhaços. Todavia, o seu locatário teve a felicidade de sair dali a salvo.
Encontrando-se o capitão com o maquinista, aquele deu-lhe ordem para alagar rapidamente o porão, o que fez, descendo pela casa das caldeiras, na impossibilidade de descer pela casa das máquinas, visto as entradas desta estarem já crivadas de estilhaços.
Apesar do perigo, visto que as válvulas de comunicação com o porão nº3 estavam justamente a 30 centímetros da antepara do mesmo, onde se estavam dando as explosões, conseguiu o primeiro maquinista que a água entrasse no navio, invadindo violentamente o porão.
As explosões, depois de um intervalo de alguns minutos, recomeçaram, ouvindo-se detonações violentíssimas. Em função do ruído percebeu-se que já não eram só as granadas de espingarda que rebentavam, mas sim as granadas de 120, que começaram a arrombar a antepara da casa da máquina.
A água continuava a invadir o porão, mas agora com mais intensidade, dando a entender que a explosão das granadas a tinha arrombado. As explosões duraram uns 20 minutos, com um intervalo entre cada uma, de 3 a 4 minutos.
Uns rebocadores trataram de afastar o navio da muralha, enquanto os barcos de socorros atacavam imediatamente o porão com máquinas possantes. A rapidez dos socorros tanto do porto como de bordo, foi simplesmente admirável.
Pelo rombo feito na antepara da casa da máquina começou a água a entrar ali, motivo pelo que foram postas as bombas do navio a funcionar. O 1º maquinista conseguiu manter a água sempre na mesma altura, pondo a bomba centrifuga de circulação do condensador principal a funcionar.
Em pouco tempo, o porão onde se deu o acidente tinha a água ao nível da água do mar. Como, porém, esta se conservava sempre na mesma altura, apesar do esplêndido esgoto feito pelas bombas, logo um mergulhador vistoriou o costado no sítio onde se tinha dado a explosão, verificando que, ao canto da antepara do porão para a casa das máquinas, a chapa estava descosida numa extensão de cerca de 1,80 metros e com uma abertura de 2 a 3 centímetros.
Com grande rapidez, o mergulhador tapou a abertura com cunhas e bojões de madeira nos furos dos rebites, começando as bombas dos barcos de socorro a tirar água do porão com tão bom método, que, por volta das 6 horas da manhã seguinte, aquele estava completamente esgotado.
Os primeiros socorros foram prestados com tão boa ordem e sangue-frio, que chegou a parecer um sonho que, num caso tão grave como aquele, o navio se apresentasse ainda perfeitamente direito, como se nada tivesse sucedido.
Vítimas pessoais houve três homens gregos que estavam no porão procedendo à formação das lingadas. O primeiro cadáver foi tirado ainda com a água no porão, sendo empregues todos os esforços para «pescar» os outros, o que não foi conseguido visto estarem enterrados no meio de um montão de madeiras, granadas e estilhaços, etc., encontrando-se um deles num estado verdadeiramente horroroso.
Caso interessante; na coberta estavam dois bois e um carneiro, tendo apenas um dos bois sido atingido, sem importância, por um estilhaço!...
O pessoal do navio, especialmente o capitão sr. Magalhães, o 1º maquinista sr. S.M. da Silva, o imediato sr. Miranda, e o comissário do governo francês, guarda-marinha de 1ª classe, sr. Louis Allaire, foram muito felicitados pelas autoridades superiores de marinha do porto, tendo o sr. comandante naval atribuído a salvação do navio e do restante material existente, ao sangue-frio daqueles senhores e ao bom cumprimento dos seus deveres.
O navio continuou normalmente o resto da sua descarga, enquanto procediam a uma ligeira reparação, a fim de poder ser feita a viagem de regresso a França, o que foi realizado com muita felicidade, partindo de Salónica no dia 15 de Julho e chegado a Marselha no dia 25.
Foram conferidas algumas condecorações da Cruz de Guerra à equipagem do navio, não havendo ainda concessão especial aos condecorados. Consta, porém, nos círculos oficiais em Marselha, que aquelas são atribuídas ao capitão, maquinista, imediato, comissário do governo e carpinteiro, tendo outros a receber votos de satisfação do ministro da marinha da França.
(In jornal “Comércio do Porto”, terça, 28 de Agosto de 1917)

Imagem do vapor após as explosões a bordo
(In sítio www.momentosdehistoria.com)

O navio no dia 3 de Setembro de 1917, durante a madrugada, quando se encontrava em Bouches-du-Rhône, Marselha, à partida para mais uma viagem a Salónica, foi-lhe declarado fogo a bordo num dos porões, onde havia sido carregada larga quantidade de granadas explosivas.
Apesar dos esforços levados a cabo pela tripulação para dominar o incêndio, as granadas começaram a explodir obrigando ao abandono do vapor, que se manteve em chamas alterosas durante 48 horas.
No rescaldo do sinistro quanto às causas do incêndio, foi defendida a presunção de sabotagem durante o carregamento do navio, devido à presença nas operações de estiva de diversos prisioneiros alemães.
O “Alentejo” foi por esse motivo dado como perdido.
Na ocasião do incêndio o comandante embarcado era o sr. José Águas Ferreira dos Santos e o imediato era o sr. Alberto Tranqueira da Costa.
Algum tempo depois o governo francês decidiu-se pela recuperação do navio, ficando desde então a navegar com o nome “Victorieux”.
No pós guerra continuou em serviço sob operação do armador J. Puppi, culminando um período de utilização por 4 anos.
Por fim, naufragou em 7 de Fevereiro de 1921, quando em viagem de França para os Estados Unidos, sendo abandonado pela tripulação na posição 39º11’N 49º01’W, com água aberta.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

História trágico-marítima (CCI)


O encalhe do vapor “Cabo Oropesa”

Viana do Castelo, 28 – Ao norte da barra de Caminha encalhou, na quarta-feira de manhã, o vapor “Cabo Oropesa”, da Companhia Ybarra, de Sevilha, de 1.522 toneladas, construído em 1903 e que procedia do Mediterrâneo, com carga geral.
Fizera, desde Sevilha, uma excelente viagem até à altura das Berlengas, onde foi canhoneado por um submarino alemão, sem consequências, continuando a sua rota para Vigo, primeiro porto de destino.
Todavia, às 6 e meia da manhã, uma densa neblina obrigou o comandante a afrouxar a marcha, até que, às 7 horas e 10 minutos, não se vendo absolutamente nada e ouvindo-se os silvos das traineiras que passavam, chegou a acreditar-se, a bordo do “Cabo Oropesa”, que este estava enfiando no canal da ria de Vigo.
Nessa persuasão, foi dado rumo noroeste ao navio, que foi encalhar nos «petões de ferro», como lhe chamam os marinheiros espanhóis, na ponte de Ribel, os mais terríveis baixios da costa galega.
A sirene de bordo silvou e as traineiras aproximaram-se do navio, mas nada puderam fazer. Para aliviar a embarcação, foi alijada toda a carga da coberta – vinho, barris, azeite, álcool, aguardente, etc., porém a situação do navio não melhorou; antes, de momento a momento, mais se comprometia. Parte da carga foi recolhida pelos pescadores de La Guardia, que rodearam o vapor com as suas gamelas.
Na tarde de quinta-feira foi pedido auxílio a um vapor norueguês que passava, o qual intentou arrancar o “Cabo Oropesa” do perigoso lugar, mas não o conseguiu, navegando depois para o sul.
Ao anoitecer de quinta-feira, por ordem da casa armadora chegou ao local do naufrágio o vapor “Triana”, que trabalhou com o auxílio do vapor “Maria”, de Constantino Candeira e de algumas barcas do rio, no transbordo da carga.
Este trabalho foi ante-ontem suspenso, pois que, devido ao mau tempo, o mar varria a coberta de popa à prôa. O “Cabo Oropesa” considera-se totalmente perdido. O valor do navio e carga é de uns oitocentos contos.
(In jornal “Comercio do Porto”, quarta, 28 de Agosto de 1917)

Foto do encalhe do vapor “Cabo Oropesa”
(In blog “Hablame de Navios”, de Ignacio Saa)

Características do vapor “Cabo Oropesa”
1903 - 1917
Armador: Ybarra & Cia., Sevilha
Construtor: Grangemouth & Greenock Dockyard Co., 09-1903
Arqueação: Tab 1.522,00 tons - Tal 1.002,00 tons
Dimensões: Pp 72,20 mts - Boca 10,50 mts - Pontal 4,54 mts
Propulsão: Blair & Co., Stockton - 1:Te - 9 m/h
Navio encalhado e posteriormente considerado perda construtiva, na barra do rio Minho, em 29 de Agosto de 1917, durante viagem de Sevilha para Vigo.

O encalhe do “Cabo Oropesa”
Chegou a informação que do naufragado vapor “Cabo Oropesa”, tem dado à costa, nas praias de Caminha e La Guardia, vários utensílios de bordo e alguma carga.
(In jornal “Comercio do Porto”, sexta, 31 de Agosto de 1917)

domingo, 6 de novembro de 2016

História trágico-marítima (XXXVIII)


Portugal e a guerra
Uma viagem acidentada do “Cazengo”

De regresso de Bordéus, onde foi levar um carregamento de 1.800 toneladas de sardinha e cacau, está em Lisboa o vapor “Cazengo” da Empresa Nacional de Navegação, do comando do capitão sr. António Eduardo de Oliveira.
O “Cazengo”, que daqui saiu a 28 de Maio último, chegou ao porto de destino a 4 do mês seguinte, realizando uma viagem cheia de peripécias assustadoras, segundo foi referido pelo imediato do navio, sr. Duarte Bárcia, um dos mais distintos oficiais da nossa marinha mercante.
Diz o simpático marinheiro:
«O regresso foi bem melhor do que a nossa ida. Quando o “Cazengo” atingiu as alturas de Santander, começamos a notar os vestígios de muitas barricas de óleo à tona de água.
Nessa ocasião, uns pescadores espanhóis que demandavam o porto, clamaram para bordo do nosso navio que nos aproximássemos de terra, visto que ali passara, com rumo a Bayona, um submarino alemão.
- A tierra, a tierra - gritavam os pescadores. E, seguindo esse conselho, aproximamo-nos o mais possível da costa.
No dia 31, às 11 horas da noite, foi avistado de bordo um vulto que procurava cortar-nos a proa. Verificamos depois ser, de facto, um submarino que logramos evitar dando toda a força à máquina em direcção à costa. O submarino, na manhã seguinte, tinha desaparecido no horizonte.
Em San Jean de Luz fomos avisados pelas autoridades francesas para que não prosseguíssemos, visto o mar estar coberto de minas. Esperamos os caça-minas que vinham de Bordéus fazer a rocegagem.
Assistimos à operação, vendo apanhar 11 desses terríveis explosivos. Três deles foram rebentados no mar, a pouca distância do nosso navio. O estrondo foi medonho e ensurcedor. A coluna de água que levantou ao explodir atingiu a altura de um 5º andar.
No dia 1, quando se anunciou que o mar estava limpo, organizou-se um comboio de navios, constituído por 16 unidades. Foram numerados com números ímpares, cabendo ao nosso o número 31. A distância entre os navios era aproximadamente de 70 metros.
Pouco depois da partida, o vapor que seguia adiante de nós, que por sinal era norueguês, chocou com uma mina submarina. O estampido foi horrível, soçobrando o navio em 30 segundos, aberto de meio a meio.
De bordo do “Cazengo” assistimos ao medonho desastre. Vimos o capitão e dois marinheiros atirar-se à água e soubemos depois que esses foram os únicos sobreviventes da catástrofe».
Por fim, conclui o distinto oficial:
Chegamos a Bordéus sem incidente de maior. E, tendo tomado alguma carga, voltamos à nossa terra sem acontecimentos dignos de registo».
(In jornal “O Comércio do Porto”, sábado, 23 de Junho de 1917)

O vapor “ Cazengo “
1889 - 1918

Desenho do navio em postal da Companhia

Nº Oficial: 459 - Iic: H.J.W.D. - Registo: Lisboa, 02.10.1889
Armador: Empresa Nacional de Navegação, Lisboa
Cttor: Earl’s Shipbuilding & Engineering Co. Ltd., Hull, 09.1889
Arqueação: Tab 3.009,07 tons - Tal 1.922,00 tons
Dimensões: Pp 103,60 mts - Boca 12,30 mts - Pontal 8,00 mts
Propulsão: Earl’s, 1889 - 1:Te - 2.200 Ihp - Veloc. 13 m/h
Equipagem: 90 tripulantes - 214 passageiros

O afundamento do “ Cazengo ”
Por notícias hoje recebidas em Lisboa, sabe-se que foi torpedeado a 90 milhas de Arcachon, o vapor “Cazengo”, que se afundou. Pertencia à Empresa Nacional de Navegação.
(In jornal “O Comércio do Porto”, de 15 de Outubro de 1918)

O vapor “Cazengo” foi afundado pelo submarino alemão U-91, que se encontrava sob o comando do capitão Alfred von Glasenapp. O ataque teve lugar próximo a St. Jean de Luz, França, na posição 44º16’N 01º20’W, a 8 de Outubro de 1918, quando em viagem de Lisboa para Liverpool.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

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Jornada comemorativa do Dia Nacional do Mar


quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Leixões na rota do turismo!


Navios em porto, na segunda quinzena de Outubro

O número de navios de passageiros de visita a Leixões baixou neste período, e as previsões apontam para nova descida durante os próximos meses, situação que se explica em função da chegada do Inverno e da entrada em estaleiro de alguns desses navios, que são já visitantes regulares.
No entanto, confiando antecipadamente na lista de navios esperados para o próximo ano, é perceptível que venha a acontecer um aumento no número de escalas, alargando consideravelmente valores relativos à quantidade de turistas e à tonelagem dos navios em porto.

Navio de passageiros "Saga Pearl II"
No dia 16, este navio esteve de regresso ao porto, tendo chegado procedente de Lanzarote e continuado a viagem com destino a Southampton.

Navio de passageiros "Black Watch"
No dia 24, a cumprir a terceira visita ao porto este ano, este navio chegou procedente de Santa Cruz de Tenerife e saiu com destino ao porto de Rosyth, na Escócia.

Navio de passageiros "Azura"
No dia 25, foi igualmente notado o regresso ao porto deste navio, chegando proveniente de Lisboa e saído com destino ao porto de Cherbourg.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

História trágico-marítima (CC)


Ecos da Iª Grande Guerra
O afundamento do vapor “Lilly”

Na tarde de Domingo, a umas três milhas do farol de Montedor, adiante de Viana do Castelo, o submarino alemão UC-53, sob o comando do capitão Kurt Albrecht, afundou o vapor dinamarquês “Lilly”, por meio de carga explosiva, na posição 41º40’05”N 9º45’W.
A tripulação, constituída por 19 homens, salvou-se, vindo desembarcar neste porto. O vapor procedia da Gâmbia e navegava com destino a Aarhus, na Dinamarca.

Foto do arquivo do Danish Maritime Museum, Elsinore

Características do vapor dinamarquês “Lilly”
1904 - 1917
Armador; D/S Dania (Chr. Andresen), Esbjerg
Construtor: Flensburger Schiffsbau Ges., 27.02.1890
ex “Hektos”, Flensburger Dampschiffahrt Ges., 1890-1904
Arqueação: Tab 1.774,00 tons - Tal 1.404,00 tons
Dimensões: Pp 69,90 mts - Boca 10,50 mts
Propulsão: 1 tripla expansão do construtor - 9 m/h
Equipagem: 19 tripulantes

Viana do Castelo, 10 - Ontem, pelas 4 horas da tarde, foi avistado um submarino alemão em frente do farol de Montedor, perseguindo dois vapores que seguiam para o norte.
O submarino, a certa altura, abordou um deles, enquanto o outro fugiu. Entretanto, passados breves momentos permitiu que o navio abordado pudesse continuar a viagem.
Pouco tempo depois, foi visto a navegar para o norte o vapor dinamarquês “Lilly”, logo atacado pelo submarino, que o rodeou durante duas horas, fazendo evoluções e dando apenas cinco minutos à tripulação para abandonar o navio. Depois alguns tripulantes do submarino foram a bordo do “Lilly”, onde colocaram duas cargas explosivas, indo o navio ao fundo em onze minutos. Eram 7 horas e 40 minutos.
Do afundamento foi expedida comunicação telegráfica de Montedor para a Capitania do porto, que, por sua vez, deu conhecimento as respectivas estações oficiais.
O ataque deu-se a 10 milhas a noroeste da barra de Viana e a 5 milhas a oeste do cabo Montedor, tão perto da costa que, se houvesse artilharia, poderia ter sido bombardeado o submarino.
O capitão Bang e os demais 18 homens da tripulação entraram hoje a barra, em escaleres de bordo, guiados por barcos de pesca, indo todos hospedar-se no Hotel Aliança.
O vapor “Lilly” transportava um carregamento de cacau e procedia do Senegal, enquanto que o submarino inimigo, depois do afundamento, seguiu o rumo sudoeste.
Ontem, às 9 horas da noite, foram ouvidas 12 detonações a sudoeste, e hoje, às 10 horas, ouviram-se mais duas. Um vapor que passava muito ao largo, perseguido, abriu fogo contra o submarino, que desapareceu. À uma hora da tarde foi ouvida uma nova detonação.

Viana do Castelo, 11 - Confirmam-se as informações da véspera sobre o afundamento do vapor “Lilly”. O carregamento não é cacau, mas sim óleo de amendoim.
O vapor vinha da Gâmbia com destino à Dinamarca. A sua arqueação era de 1.774 toneladas brutas e 1.404 toneladas líquidas, tendo sido construído em 1890, em Flensburg, na Alemanha.
Os tripulantes de um barco que pescava a 3 milhas a oeste da barra viram ontem, às 2 horas da tarde, um submarino que navegava para o norte.
(In jornal “Comércio do Porto”, terça, 12 de Junho de 1917)

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

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Outra proposta para este final de semana!

IIº ENCONTRO DE CONFRARIAS
E IRMANDADES DE S. TELMO

Nos dias 22 e 23 de Outubro a Confraria das Almas do Corpo Santo de Massarelos será a anfitriã do II Encontro de Confrarias e Irmandades de S. Telmo.
Neste Encontro, cujo lema é “S. Telmo: Farol de esperança, luz que nos guia”, participarão cerca de 180 pessoas, em representação de Confrarias, Irmandades e Autarquias de Portugal, Espanha e América do Sul.
Fique a conhecer em pormenor o programa completo deste Encontro:
Sábado 22 de Outubro:
Casa Diocesana de Vilar;
9h: Acolhimento dos participantes;
9h30: Sessão de abertura:
Renato Poças – Pároco de Miragaia/ Massarelos;
José Carlos Gonçalves – Juiz Provedor da Confraria das Almas do Corpo Santo de Massarelos;
9h45: Painel “Canonização de S. Pedro Gonçalves Telmo”:
António Baldaque – Confraria das Almas do Corpo Santo de Massarelos (Moderador);
Frei António José de Almeida – Representante da Província Portuguesa da Ordem de São Domingos;
Ricardo Fernandez;
10h45: Coffee Break;
Continuação dos trabalhos;
13h: Almoço;
14h30: Painel “Rota de S. Telmo”:
José Vaz Santos – Vice Juiz da Confraria das Almas do Corpo Santo de Massarelos (Moderador);
Deolinda Maria Veloso Carneiro – Licenciada em História e Directora do Museu Municipal de Etnografia e História da Póvoa de Varzim;
José Eduardo Felgueiras – Investigador Histórico;
16h: Encerramento dos trabalhos;
16h30: City tour e viagem de barco pelo Rio Douro;
·         Casa Diocesana de Vilar;
20h: Jantar;
Domingo 23 de Outubro:
Igreja do Corpo Santo de Massarelos;
9h30: Reunião dos participantes do Encontro com Sua Exa. Revma. O Senhor Bispo do Porto e apresentação das conclusões do Encontro;
10h30: Recriação dos Romeiros pelo Grupo de Folclore da Escola Secundária Infante D. Henrique;
11h: Eucaristia solene presidida pelo Sr. D. António Francisco dos Santos e animação litúrgica do “A Capite Chorus”;
12h30: Folclore pelo Grupo de Folclore da Escola Secundária Infante D. Henrique e pelo Grupo de Danças de Fromista/ Espanha no Largo do Adro da Igreja do Corpo Santo de Massarelos;
Casa do Ribeirinho:
13h: Almoço;
Durante o almoço animação:
16h: Sessão de Encerramento do II Encontro de Confrarias e Irmandades de S. Telmo

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

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Sugestão para o fim de semana


domingo, 16 de outubro de 2016

Por Leixões, neste final de semana


A ver navios!...

Apesar do tempo desagradável que se faz sentir, foram aproveitadas algumas abertas para ir ao encontro dos navios que pudessem estar em porto e que justificassem maior curiosidade.
Por lá encontramos os seguintes:

O lugre dinamarquês "Den Store Bjorn"

Na realidade e para ser honesto devo confessar que este navio já se encontra de visita há alguns dias, o que é óptimo porque faz muito bem à vista, compondo de forma magnífica o enquadramento paisagístico portuário.
Este "Grande Urso", nome do lugre traduzido para português, foi construído em madeira no estaleiro de N.F. Hansen, em Odense, nos inícios do século passado, mas só mais recentemente viaja como navio de treino de vela, participando com alguma regularidade nos encontros de grandes veleiros, que tem lugar ao redor do mundo.
Está matriculado no porto de Kolding, tem um deslocamento na ordem das 420 toneladas, 49,50 metros de comprimento máximo e utiliza para manobras, quando necessário, um motor diesel Alpha, com 210 cavalos de potência.

Corveta portuguesa F471 - N.R.P." António Enes"

Um dos últimos resistentes desta classe de navios, que durante décadas foram utilizados no serviço SAR (Search and Rescue), além da fiscalização e patrulha nas águas costeiras do continente, Açores e Madeira. Eventualmente, um fim de semana tranquilo em porto, para o merecido descanso da guarnição.

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Leixões na rota do turismo!


Navios de passageiros em porto,
durante a primeira quinzena de Outubro

Neste período diversos navios estiveram de regresso a Leixões, confirmando-se deste modo a importância que a localização oferece, entre portos no sul de Inglaterra e o norte de Espanha e a ligação de proximidade com Lisboa, ou até mesmo com a ilha de Madeira e outros portos com interesse turístico nas Baleares, nas viagens de cruzeiro que vem sendo programadas em ambos os percursos estabelecidos, i.e. sul-norte e vice-versa.
A justificar este sucesso, tem-se revelado fundamental as condições agora disponíveis no cais do terminal de passageiros, bem como a nova gare marítima, pela simplificação de processos que lhe são subjacentes. Essas são óptimas razões para compreender a continuação de navios a visitar o porto pela primeira vez, e que vem atraindo simultaneamente outros armadores a operar na Europa, e não só, em função das novas capacidades de oferta, conforme apontam as previsões em curso já para o próximo ano.
Faltará apenas concretizar-se o abrir das portas à nova marina, que se apresenta em boas condições de utilização, tal como a situação do início de actividade do restaurante a ser ali instalado. Tudo indica que estas facilidades só venham a ter lugar também no decorrer do próximo ano, segundo informação obtida através de um responsável pela administração portuária, porém, sem ter sido antecipada qualquer data para esse efeito, limitando ainda por vários meses a antecipada decisão - promessa - de vir a ser aberta a via pedonal de acesso ao recém construído edifício, como espaço público.

Navio de passageiros "Artania"
Foto do Arquitecto Fernando Paiva Leal
No dia 1, este navio esteve novamente em porto, tendo chegado procedente da Corunha e continuado a viagem para Lisboa.

Navio de passageiros "Balmoral"
No dia 4, teve lugar a quarta visita deste navio a Leixões neste ano. Chegou procedente de Lisboa e saiu com destino a Vigo.

Navio de passageiros "Queen Elizabeth"
Também no dia 4, houve oportunidade para ver este navio pela primeira vez em porto. Veio de Lisboa e saiu com destino a Cherbourg.

Navio de passageiros "Black Watch"
No dia 7, e contabilizando igualmente várias visitas a Leixões com muita regularidade, nesta ocasião chegou procedente do porto do Ferrol e saiu com destino a Honfleur.

Navio de passageiros "Seven Seas Voyager"
No dia 10, este navio voltou novamente a Leixões, tendo chegado procedente da Corunha e saído com destino a Cadiz,

Navio de passageiros "Hamburg"
Ainda no dia 10, este navio esteve igualmente de regresso a Leixões. Chegou procedente da Corunha e continuou esta viagem para Lisboa.

Navio de passageiros "Clio"
No dia 12, a terminar esta serie de navios em porto, ocorreu igualmente a primeira escala deste navio em Leixões. Veio proveniente de Vigo e partiu com destino a Lisboa.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

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Conferência Mar de Oportunidades
Matosinhos


sábado, 8 de outubro de 2016

Lloyd Brasileiro


Visita do paquete “Curvello” a Leixões

Entrou no Domingo de manhã em Leixões o paquete “Curvello”, do Lloyd Brasileiro, um dos magníficos e mais luxuosos vapores da importante frota desta companhia.
Procedente do Havre, o “Curvello” transporta a bordo alguns dos membros da embaixada brasileira à Conferencia da Paz, constituída pelos mais ilustres e notáveis diplomatas de carreira, do país irmão, e representantes dessa plêiade brilhante de estadistas e homens de letras de que justamente se orgulha o Brasil pensante dos nossos dias.
Os nossos ilustres hóspedes desembarcaram e acompanhados pelos srs. Alípio Moutinho e Manoel Pereira Serrão, representantes dos srs. Henry Burnay & C.ª, visitaram a linda praia da Granja e estiveram ontem nos formosos jardins do Palácio de Cristal, almoçando no luxuoso restaurante.
Visitaram também alguns dos armazéns das principais firmas exportadoras de vinho do Porto, em Gaia, sendo recebidos com as mais cativantes demonstrações de apreço e amabilidade.
Os aludidos diplomatas acompanharam a bordo do mesmo vapor o actual presidente dos Estados Unidos do Brasil, dr. Epitácio Pessoa, quando este ilustre homem público visitou a Europa.

Postal ilustrado com imagem do paquete "Curvello"

Características do vapor “Curvello”
1925-1927
Armador: Companhia Lloyd Brasileiro, Rio de Janeiro
Nº Oficial: N/s - Iic: N/s - Porto de registo: Rio de Janeiro
Construtor: Reiherstiegwerft, Hamburgo, 28.08.1907
ex “Gertrud Woermann”, Woermann Line, Hamburgo, 1907-1917
ex “Curvello”, Governo brasileiro, Rio de Janeiro, 1917-1925
(O navio amarrou no porto do Rio de Janeiro em Agosto de 1914. Foi requisitado pelo governo brasileiro à Alemanha, em 1 de Junho de 1917, entrando em serviço sob operação do Lloyd. Passou a integrar a frota do Lloyd Brasileiro em 1925).
Arqueação: Tab 6.456,00 tons – Tal 3.967,00 tons
Dimensões: Pp 126,64 mts - Boca 15,42 mts - Pontal 8,69 mts
Propulsão: Do construtor - 1:Te - 6:Ci - 528 Nhp
Quando em viagem de Recife para Fortaleza, comboiado por navios militares, foi abalroado pelo paquete "Cuyabá", abrindo rombo em resultado dessa colisão, em 24-25.08.1943. Foi posteriormente levado a encalhar na praia de Caponga (Aruarú), e considerado perda total, pelo que foi abandonado para demolição.


É capitão do “Curvello” o nosso compatriota e filho desta terra, sr. Reis Júnior, que, sendo um verdadeiro homem do mar, tem o raro condão de radicar fundas simpatias em todas as pessoas que dele se aproximam, mercê da afabilidade do seu fino trato e da gentileza das suas maneiras. É por isso que em cada um dos seus conhecidos, o comandante do “Curvello” conquista um dedicado amigo.
O “Curvello” transporta para os portos do Brasil avultada quantidade de carga e conduz nas suas cabines de luxo de 1ª classe, nos camarotes de 2ª classe, na intermediária e beliches de 3ª classe, numerosos passageiros, tendo saído ontem à tarde de Leixões.
(In jornal “Comércio do Porto”, terça, 19 de Agosto de 1919)

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Leixões na rota do turismo!


Navios de passageiros de visita ao porto,
na segunda quinzena de Setembro

Navio de passageiros "Astor"
No dia 21 este navio fez escala em Leixões, depois de uma ausência relativamente prolongada, tendo chegado proveniente de Portimão e saído com destino a Falmouth.

Navio de passageiros "Midnatsol" (Sol da meia-noite)
No dia 23 regista-se a primeira escala deste navio em porto, eventualmente em substituição do navio "Fran", da mesma empresa armadora, mas com outras condições de navegabilidade e conforto. Chegou procedente da Corunha e continuou viagem com destino a Lisboa.

Navio de passageiros "Koningsdam"
Também no dia 23 ocorreu a visita inaugural deste navio a Leixões, tendo chamado a atenção devido aos seus imponentes 300 metros de comprimento, com uma arqueação muito próxima das 100 mil toneladas. Tal como o navio anterior, chegou procedente da Corunha e partiu com destino a Lisboa.

Navio de passageiros "Marina"
Ainda no dia 23, houve igualmente a oportunidade para rever este navio em porto, que se encontrava a navegar em sentido inverso aos anteriores. Nesta conformidade, chegou procedente de Lisboa e saiu com destino à Corunha.

Navio de passageiros "Balmoral"
No dia 24 este navio repetiu a visita a Leixões, por onde tem passado com alguma regularidade. Veio proveniente de Lisboa e saiu com destino ao porto de Dover.

Navio de passageiros "Nautica"
No dia 29 mais dois navios estiveram de visita ao porto. O "Nautica" contabilizou novo regresso a Leixões, e desta feita chegou procedente da Corunha, em viagem para sul com destino a Lisboa.

Navio de passageiros "Thomson Spirit"
O segundo navio de visita ao porto no dia 29 foi o "Thomson Spirit", que pode ser considerado o campeão das escalas em Leixões no decorrer deste ano. No decurso desta viagem de cruzeiro, veio procedente de Vigo e saiu com destino a Lisboa.

Navio de passageiros "Mein Schiff 4"
No dia 30, foi ocasião para rever este navio novamente em porto. Chegou a Leixões procedente de Lisboa e saiu com destino ao porto da Corunha.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

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II Seminário Mar, Educação e Património


As comemorações dos 25 anos do projeto da lancha poveira do alto “Fé em Deus” promovidas pelo Município da Póvoa de Varzim integram várias iniciativas.
Na tarde do próximo dia 30 de Setembro de 2016, a Biblioteca Municipal Rocha Peixoto realiza a 2ª edição do Seminário “Mar, Educação e Património”, abordando vários temas e incluindo a apresentação de projetos educativos feitos em parceria com as escolas.
Este seminário está integrado nas comemorações dos 25 anos da lancha poveira “Fé em Deus” e visa partilhar conhecimentos e experiências sobre o trabalho que investigadores e profissionais de bibliotecas, arquivos, museus e escolas desenvolvem sobre património marítimo e cultura do mar.
Esta edição conta com a colaboração de vários especialistas, cujas comunicações se irão centrar nos seguintes temas: a memória, as literacias, a conservação e o acesso à informação na era digital, bem como o papel das escolas na formação de competências ligadas à preservação do património marítimo.
PROGRAMA
14h00 - Recepção dos participantes
14h15 - Sessão de abertura
14h30 - 1º PAINEL: LITERACIAS DO MAR
- As literacias do mar no séc. XXI (titulo provisório)
José Bastos Saldanha (Sociedade de Geografia de Lisboa/ Rede Nacional da Cultura dos Mares e dos Rios)
- Memórias do mar: conservação e acesso na era digital
Manuela Barreto Nunes (Universidade Portucalense)
Moderação: Fátima Claudino (Comissão Nacional da UNESCO/ Rede das Escolas e Bibliotecas associadas da UNESCO)
16 horas – Intervalo
16h30 - 2º PAINEL: PROJETOS EDUCATIVOS EM PARCERIA
- Aprender a Marear na Lancha Poveira
Luísa Salgado (Professora do 1º ciclo) / Manuel Costa (Biblioteca Municipal Rocha Peixoto)
- A Flávio descobre o Mar
Ana Simão (Professora Bibliotecária da Escola E.B. 2/3 Dr. Flávio Gonçalves)
- Lembrar (d)o Mar na Escola Secundária Rocha Peixoto
Albina Maia (Professora Bibliotecária da Escola Secundária de Rocha Peixoto)
Moderação: Ivone Magalhães (Museu Municipal de Esposende e Presidência da Rede Nacional da Cultura dos Mares e dos Rios)
17h30 – Conclusões
Luís Martins (IELT/Universidade Nova de Lisboa)
17h45 – Encerramento
Luís Diamantino Carvalho Batista (Vereador da Educação e da Cultura e Vice Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim)

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

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Notícia sobre a conferência inaugural do Seminário do Mar


quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Leixões na rota do turismo!


Na primeira quinzena de Setembro

Navio de passageiros "Berlin"
Cumpriu escala em porto no dia 1, tendo chegado procedente de Lisboa e saído com destino à Corunha.

Navio de passageiros "Sea Cloud II"
No dia 3 houve a oportunidade de rever este navio, vindo procedente de Vigo e saído com destino a Lisboa,

Navio de passageiros "Wind Surf"
No dia 7 este navio esteve de regresso ao porto, em viagem de cruzeiro, entre os mesmos portos visitados pelo navio anterior.

Navio de passageiros "Silver Wind"
No dia 8 foi a vez deste navio efectuar nova escala em Leixões, vindo procedente da Corunha e saído com destino a Lisboa.

Navio de passageiros "Thomson Spirit"
Também no dia 8 deu-se o regresso deste navio, que tem visitado Leixões com enorme regularidade. Nesta viagem de cruzeiro chegou procedente de Vigo e saiu com destino a Lisboa.

Navio de passageiros "Costa Neoromantica"
No dia 10 deu-se o regresso deste navio a Leixões. Chegou procedente da Corunha e saiu com destino a Gibraltar.

Navio de passageiros "Horizon"
No dia 13 este navio repetiu novamente a habitual visita anual a Leixões. Veio procedente de Lisboa e seguiu viagem com destino à Corunha.

Navio de passageiros "Hebridean Sky"
Esta serie termina no dia 14, com a visita a Leixões deste navio, que se encontrava em viagem no sentido inverso ao navio anterior, i.e. chegou procedente da Corunha e saiu com destino a Lisboa.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

O novo terminal de Leixões, de portas abertas


Um passado com futuro!


No último sábado cumpriu-se o dia do porto de Leixões, registando durante todo o tempo programado para a visita, uma enorme afluência de pessoas, que na circunstância desfrutaram de diversas actividades lúdicas, além dos meios disponibilizados para permitir uma interacção com as unidades disponíveis, utilizadas diariamente no apoio às actividades portuárias.
Em função da notícia acima publicada na revista Ilustração Portuguesa, em Março de 1923, revela-se a evidência que os temporais do passado foram já ultrapassados e que o futuro é promissor, se para tanto o tecido comercial envolvente continuar a produzir massivamente, mantendo aberto os caminhos da exportação.
Não restam dúvidas, se porventura existem, que o porto de Leixões está cabalmente equipado e preparado para dar resposta às exigências do futuro, tal como sucedeu com a construção do novo terminal de passageiros, já considerado um ex-libris local, e cuja utilização em pleno urge ser definitivamente aberta ao público em geral a curto prazo.