segunda-feira, 31 de março de 2008

Frotas nacionais - Parceria Marítima Douro


Parceria Marítima Douro, Lda.
Rua Nova da Alfândega, 81, Porto

Empresa muito ligada à área da pesca, foi igualmente armadora de navios que operaram na cabotagem nacional e internacional. Um desses navios chamou-se "Vilas Boas".

n/m “Vilas Boas” > Reg.: Porto > Nº Of.: A-130 > Iic.: C.S.F.S.
Construtor: José Mónica, Afurada, V.N. de Gaia, 1944
Máquina: Wintherthur, Suiça, 1942 > 1:Di > 900 Bhp
Tonelagens: Tab 787,56 to > Tal 514,70 to
Cpmts.: Ff 52,17 mt > Pp 46,48 mt > Bc 10,80 mt > Ptl 5,75 mt
Vendido a João Maria Vilarinho, Aveiro
Transf. e adaptado à pesca, nome “Cova da Iria”, 1948-1950
Naufragou em 15.09.1950, durante a viagem de regresso da Terra Nova, ao partir-se o leme sob violento temporal.

O "Vilas Boas" no rio Douro
foto J. Gouvêa Marques - colecção fsc

sábado, 29 de março de 2008

Navios Alemães - o "Preussen"


Navios grandes e grandes navios

Tarefa difícil a que se apresenta para definir com rigor o navio grande e o grande navio. Dizer que o navio é grande, só quando colocado num determinado período ou época, porque a construção naval moderna, está a construir navios cada vez maiores. Então o decidir se é ou foi um grande navio, torna-se ainda mais complicado, obrigando à decisão sobre o tempo de vida útil, o tipo de construção apresentado ou por último, que técnicas revolucionárias ou inovadores foram utilizadas na concepção do mesmo.

É com esta dificuldade de escolha que trago ao blog um veleiro, que podia em simultâneo ter sido um navio grande e um grande navio, não fosse a pontinha de azar que muitas vezes fica escondida por grandes segredos. Foi baptizado "Preussen" e navegou com a bandeira Alemã.



Nome: Preussen (nome do estado e reino da Prússia)
Armador: F. Laeisz Shipping Co., Hamburgo, Alemanha
Construtor: Joh. C. Tecklenborg, Geestemünde, Alemanha, conforme projecto do Arquiteto nautico Dr. George Wilhelm Claussen, Nov., 1900
Custo: 1.200.000,00 marcos alemães
Tlgns.: Tab 5.081,- to > Tal 4.788,- to > Porte 8,000,- to
Cpmts.: Ff 147 mt > Pp 134 mt > Boca 16,4 mt
Construção em aço, 3 cobertas, sem motor auxiliar.
Utilizava 47 velas 30 das quais rectangulares, 5,560 m2
Equipagem composta geralmente por 49 tripulantes.

O Preussen foi colocado na rota que unia a Europa ao Chile, através do Cabo Horn. Na viagem de ida carregava mercadoria diversa, ou carvão e regressava com nitratos, que na Europa eram utilizados consoante a situação política; produtos químicos em tempo de paz ou nitroglicerina em tempo de guerra. A rota dos nitratos como era então conhecida, obrigava sistemáticamente à confrontação de tempo adverso à passagem do Horn, obrigando às melhores técnicas de marinhagem e simplificação da mastreação, pesadíssima no caso deste navio.
Efectuou 1 viagem de circum-navegação e 14 viagens ao Chile, raramente navegando com carregamento completo, deixando adivinhar ter-se revelado um fracasso comercial. No dia 6 de Novembro de 1910, no início da 14º viagem ao Chile, o navio foi abalroado pelo vapor Inglês "Brighton", cujo capitão ignorou a velocidade de 16 m/h do veleiro, cortando-lhe a passagem e provocando-lhe grandes avarias. Rebocado com destino a Dover, ao partir os cabos de reboque deu à costa ali próximo, onde acabou por ser destruído por acção do mar.


O "Preussen" encalhado próximo a Dover

segunda-feira, 24 de março de 2008

Frotas nacionais - Alonso Gomes & Cª


Alonso Gomes & Cª
A Empresa de Navegação por vapor para
o Algarve e Guadiana

1870 - 1905

Alonso Gomes nasceu e viveu em Mértola, destacando-se na actividade mineira. Através desse trabalho, descobriu e explorou a sua mina de manganésio, na freguesia de Alcaria, situada bem dentro dos limites do Concelho.
...........
Tendo Alonso Gomes requerido Diploma do descobrimento legal da mina de manganésio da Cruz do Peso, na Freguesia de Alcaria, Concelho de Mértola;
Vistos os documentos que demonstram ter o requerente satisfeito todos os preceitos do Artº 12º do Decreto com força de Lei, de 31 de Dezembro de 1852;
Visto o relatório do Engenheiro, que por ordem do Governo, verificou a existência do depósito para o Consultor da Junta Consultiva, das Obras Públicas e Minas;
Há por bem S.M. El Rei, confirmando-se com a mencionada consulta;
- Que o requerente é reconhecido como proprietário legal da mina;
- Confrontações e limites da mina, conforme o Diário do Governo Nº 149, de 6 de Julho de 1883;
- Que dispõe da quantia de 3.000.000 reis, mínimo necessário para lavrar a terra.
Paço, 4 de Julho de 1883 a) Ernesto Rodolpho Hintze Ribeiro
..........

Alonso Gomes deveria ter imaginado anos antes, que tendo a mina a trabalhar, o difícil não seria tirar o minério da terra, mas sim retirá-lo de Mértola, abrindo perspectivas de mercado, no país e no estrangeiro. Daí que optou por antecipar a fundação de uma Companhia de Navegação, que lhe facilitasse o transporte do minério. Por esse motivo deu os primeiros passos, com a aquisição do primeiro navio, o "Gomes", em 1870, para estabelecer uma carreira regular no rio Guadiana, entre Mértola e Vila Real de Santo António.
Como este tráfego de mercadoria e passageiros foi bem sucedido, o Governo achou que havia condições para aumentar e melhorar essa ligação, confirmado pelo acordo entre ambas as partes, em 6 de Outubro de 1874. Esse acordo previa o estabelecimento de um serviço de navegação regular, entre Lisboa e portos no Algarve, com escala em Sines, além do serviço fluvial já iniciado. Na cerimónia oficial da assinatura do acordo, estiveram presentes o Ministro da Marinha e Ultramar, Conselheiro João Andrade Corvo e o Ministro e Secretário de Estado das Obras Públicas, Conselheiro António Cardoso Avelino, em representação do Governo. Ficava assim Alonso Gomes obrigado perante o Reino, de dois serviços dentro das seguintes condições:

1º- Carreira de Lisboa para o Algarve
Com vapores de pelo menos 200 toneladas e um mínimo de 40 passageiros, em 1ª e 2ª classes e 60 em 3ª, com saídas regulares de Lisboa todos os dias 1 e 16 de cada mês. Para a efectivação deste serviço, teria a comparticipação do Estado através de um subsídio anual de 10 contos de reis.
2º- Carreira de Mértola para Vila Real de Santo António
Vapor com dimensões que permitisse a navegação no rio Guadiana, com lotação para 100 passageiros a distribuir por 3 classes. Viagens redondas diárias entre Mértola e Vila Real de Santo António, exceptuando os Domingos. No entanto essa excepção perdia a regra, sempre que a mala do correio entre Lisboa e o Algarve seguisse pelo Guadiana. Pelo trabalho assegurado nesta carreira, teria igualmente um subsídio anual do Estado, no valor de 4.000,000 reis.

Fica desde então estabelecido, que os subsídios vigoram durante o período de validade do contrato, conforme publicado no Diário do Governo, Nº 241, de 26 de Outubro de 1874. Para fazer face ao acordo com o Estado, ainda nesse mesmo ano de 1874, foi comprada uma segunda unidade de maior porte, destinada à ligação entre os portos da costa Algarvia, sendo baptizado "Gomes 2º". Dois anos mais tarde a frota é aumentada com mais um navio, o "Gomes 3º", seguindo-se a alteração do nome do primeiro vapor para "Gomes 1º".
Com a entrada ao serviço do "Gomes IV", fica com carácter definitivo a representação em Lisboa a cargo do Despachante Oficial Alberto B. Centeno & Cª, que passa a integrar a sociedade, participando na compra dos navios seguintes. Enquanto isso é decidido que no Porto, a representação será da responsabilidade da firma José de Sousa Faria, com sede no Nº 85 do Muro dos Bacalhoeiros, actuando na qualidade de agentes.
Com o alargamento natural da actividade, a Companhia leva os navios a escalar outros portos nacionais, incluindo uma linha regular para o rio Douro. Esse maior fluxo de escalas nos vários portos, serve para dar resposta aos acordos entretanto firmados com a Empreza Nacional de Navegação, que recebia os passageiros e as mercadorias de cabotagem em transito para as Colónias em África, mantendo contrato similar com a Companhia Francesa Charguers Reúnis, relativamente a portos com destino no Brasil e em Moçambique.
Depois da compra do "Gomes 5º", do "Gomes VI", do "Gomes 7º" e do "Gomes VIII" e também muito por causa dos naufrágios de que foram vitimas, a Companhia começa a entrar em declínio, situação agravada pela deterioração do estado de saúde de Alonso Gomes, que viria a falecer em 1904. No decorrer de 1904 e durante o ano de 1905, por via das dissidências dos sócios da Companhia e por indiscriminada ausência de entendimento, o seu legal representante Alberto B. Centeno decidiu-se pela venda dos navios ainda a operar, até à final e completa dissolução da empresa.

Os navios

" Gomes " e - ou " Gomes 1º "
Porto de registo: Lisboa, 26.11.1876

Construtor: Hugh Parry & Genros, Ginjal, 1867
ex "Princípe D. Carlos" - 1867-1876
Armava em escuna, casco de ferro, movido por rodas.
Tonelagens: Tab 78,- to > Tal 45,- to
Comprimentos: Ff 33 mt > Pp 21 mt > Bc 3,7 mt > Ptl 2,- mt
Ignora-se qual o destino.

Postal de Mértola com o "Gomes 1º" fundeado no Guadiana

Detalhe do postal anterior

" Gomes 2º "
Porto de registo: Lisboa, 10.02.1875

Construtor: Roberts & Cº., Seacombe, Inglaterra, ??
ex "Ballina" - Irish Sea Passenger Steamers, ??-1875
Armava em iate, casco de ferro, proa direita e popa redonda.
Tonelagens: Tab 78,- to > Tal 166,- to
Comprimentos: Pp 41,50 mt > Boca 5,80 mt > Pontal 3,00 mt
Adquirido por Alberto B. Centeno, nome "Algarve", 1885-1886
Vendido à Armada- Alfândega Lisboa, nome "Açor", 1886-1934
Vendido para demolição em 1934


O "Açor" ex "Gomes 2º" na Horta - postal da Armada

" Gomes 3º "
Porto de registo: Lisboa, 21.10.1876

Construtor: Winsford, Colchester, Inglaterra, 1875
Aquisição directa ao estaleiro pelo preço de 2.400 libras.
Convés com salto, casco de madeira, movido por rodas.
Tonelagens: Tab 56,- to
Comprimentos: Ff 25,0 mt > Boca 3,60 mt > Pontal 1,60 mt
Em Julho de 1910, o casco do navio encontrava-se encalhado na praia de Vila Real de Santo António, à venda para demolição.


" Gomes IV "
Porto de registo: Lisboa, Maio de 1884

Construtor: Dobson & Charles, Grangemouth, Inglaterra, 1882
ex "Strathcarron" - 1882-1884
Tonelagens: Tab 420,- to > Tal 292,- to
Comprimentos: Pp 47,40 mt > Boca 4,90 mt > Pontal 3,20 mt
Vendido a José de Sousa Maciel (Empreza de Navegação do Rio de Janeiro), em 1901. Mudou o nome para "Murupy", tendo ainda navegado por mais de 20 anos.


" Gomes 5º "
Porto de registo: Lisboa, 04.01.1887

Construtor: Burrel & Son, Dumbarton, Escócia, 1883
ex "Toreador" - Baird & Brown (W. Cunlife - W. Yeoman), 1883-86
Tonelagens: Tab 435,- to > Tal 310,- to
Comprimentos: Ff 55,90 mt > Boca 9,00 mt > Pontal 4,00 mt
Naufragou após encalhe nas pedras Sorlingas, devido a denso nevoeiro em 09.07.1888. Os 18 tripulantes salvaram-se.


" Gomes VI "
Porto de registo: Lisboa, 26.04.1889

Construtor: John Elder & Co., Glasgow, Escócia, 1875
ex "Barnsley" - Manchester, Sheffield & Lincolnshire, 1875-1889
Tonelagens: Tab 575,- to > Tal 327,- to
Comprimentos: Pp 56,40 mt > Boca 8,20 mt > Pontal 4,60 mt
Vendido a J. Soares Franco, 16.02.1905-06.03.1905
Vendido a João Fonseca e Sá, 06.03.1905-Dezembro de 1905
Vendido à Emp. Nac. de Navegação, nome "Lobito", 1906-1909
Naufragou após encalhe no Sul da Ilha do Maio, em Cabo Verde, em 04.02.1909. Não há registo de vitimas.


O "Lobito" ex "Gomes VI" no serviço de cabotagem em Angola
imagem editada por Eduardo Osório , Luanda


" Gomes 7º "
Porto de registo: Lisboa, 1891

Construtor: Hall Russel & Co., Aberdeen, Escócia, ??
ex "Banchory" - Grampian Steamship Co., Ltd., ??-1891
Tonelagens: Tab 576,- to > Tal 372 to
Comprimentos: Ff 53,20 mt > Boca 7,90 mt > Pontal 4,40 mt
Naufragou após encalhe na barra do rio Douro, em 01.03.1893, salvando-se a tripulação.


" Gomes VIII "
Porto de registo: Lisboa, 01.05.1893

Construtor: Edwards Shipbuilding Co. Ltd., Newcastle, Ing., 1891
ex "Montague" - Merchant Banking Corp., 1891-1893
Tonelagens: Tab 645,- to > Tal 485,- to
Comprimentos: Ff 53,90 mt > Boca 8,50 mt > Pontal 4,30 mt
Naufragou após encalhe no baixo Chaldrão, meia milha a Norte das Berlengas devido a nevoeiro cerrado, em viagem do Porto para Lisboa, sob o comando do Capitão Manuel da Costa. O navio transportava 32 passageiros que se salvaram, havendo contudo a lamentar a morte de 1 tripulante.


O "Gomes VIII" a entrar na doca do primitivo porto comercial
de Viana do Castelo


Documentos


O título de transporte, vulgarizado como conhecimento de embarque

A publicidade através dos vespertinos, publicitando a chegada dos navios, quantas vezes enchendo por completo as páginas dos principais jornais.


O bilhete postal com o aviso da chegada do navio, avisando ter espaço disponível para meter mercadoria, sistema adaptado por muitas companhias e que foi prática comum durante muitos anos.

Marinha Americana - Navios de assalto

A invasão
Foi durante o mês de Novembro de 1964 que chegaram os americanos. Vieram e instalaram-se em Leixões, pintaram e bordaram, como alguma vez se houvera visto. Não me lembro de onde procediam, mas o arraial foi de tal forma, que tudo indicava estarem de regresso na casa.
Lembro-me bem dos MP's a acorrer em todas as direcções, em jipes descarregados dos navios, providenciando o seu próprio policiamento. Altos,imensos (como armários) passeavam bastões de madeira, pintados de branco, alguns dos quais escurecidos de muito uso. Reparei que não faziam perguntas. Cada vez que se gerava confusão, era ver os bastões no ar, na tentativa de curar excessos. E foram muitos, geralmente terminando em brigas entre marinheiros, entre marines, com a população local e uma ou outra vez com a própria polícia.
Na realidade, apesar da minha pouca idade e de pensar que Deus não foi equilibrado com todos, porque aqueles eram feios e maus, nunca se viu tanto movimento fora da época da romaria de Matosinhos. Mas os barcos, enormes, enchendo a pequena doca quase por completo, deixa uma imagem que por muitos anos que passem, dificilmente se poderá esquecer. E nunca mais voltaram...

O LSD 1 "Ashland" à chegada a Leixões
imagem (c) Fotomar

O LST 25 "Sao Marcos" à chegada a Leixões
imagem (c) Fotomar
O LST 25 "Sao Marcos" durante a atracação
imagem (c) Fotomar
O LSD 32 "Spiegel Groove" à chegada a Leixões
imagem (c) Fotomar

O LST 1171 "Desoto County" a entrar em Leixões
imagem (c) Fotomar
O LST 1175 "York County" prestes a entrar no porto
imagem (c) Fotomar

Navios Portugueses - Os "Chinde" da Nacional


Empresa Nacional de Navegação
" Chinde " (I)
Porto de registo, Lisboa - 31.08.1937

Em serviço da Empr. Nacional de Navegação, 1911-31.08.1937
Construtor: Russel & Co., Glasgow, Escócia, 1911
Máq.: John Kincaid & Co., Ltd. > 2:Te > 1.000 Ihp > Vlc. 9 m/h

O "Chinde" - postal da Companhia

Nº 33 > Paquete a vapor > Nº Oficial 382-C > Iic.: H.C.J.V.
Capacidade para transportar 48 passageiros com 61 tripulantes
Tonelagens: Tab 1.470,41 to > Tal 909,76 to
Cpmts.: Ff 76,39 mt > Pp 73,20 mt > Bc 10,20 mt > Ptl 5,86 mts
Em serviço Comp. Nacional de Navegação, 31.08.1937-07.1951
Nº 33 > Paquete a vapor > Nº Oficial 378-D > Iic.: C.S.A.Q.
Capacidade para transportar 48 passageiros com 61 tripulantes
Tonelagens: Tab 1.405,33 to > Tal 835,59 to > Porte 2.089 to
Cpmts.: Ff 76,49 mt > Pp 73,10 mt > Bc 10,27 mt > Ptl 5,84 mt
Vendido para demolição em Aviles, Espanha em Julho, 1951

Companhia Nacional de Navegação
" Chinde " (II)
Porto de registo: Lisboa, 24.10.1951

O "Chinde" em Leixões - imagem (c) Fotomar

Nº 64 da frota da Companhia, desde 24.10.1957 até 07.1971
Navio de carga > Nº Oficial H-453 > Iic.: C.S.A.O.
Construtor: Companhia União Fabril, Lisboa, 24.10.1957
Máq.: Deutz A.G., 1956 > 1:Di > 915 Bhp > Veloc. 10 m/h
Capacidade para transportar 4 passageiros com 39 tripulantes
Tonelagens: Tab 1.675,99 to > Tal 878,63 to > Porte 2.045 to
Cpmts.: Ff 81,65 mt > Pp 78,78 mt > Bc 10,27 mt > Ptl 5,84 mt
Transferido à Comp. Moçambicana de Navegação, 01.07.1971

sexta-feira, 21 de março de 2008

Frotas nacionais - Navios de cabotagem


Sempre elegantes estas pequenas embarcações, que durante anos navegaram na cabotagem nacional e internacional (com escalas em portos Espanhóis e Marroquinos), começaram a desaparecer a partir da década de 60, tendo apenas resistido alguns, poucos, ainda a operar nos anos 70. Pelo extraordinário trabalho que realizaram, alguns com uma existência útil na ordem dos 60 anos, merecem ser recordados com imenso carinho.

O " Maria Clotilde "
Porto de registo: Faro, 27.03.1948

Armador: Sociedade Marítima de Lagos, Lda.
Tipo: Iate com motor auxiliar > Nº Of.: A-672 > Iic.: C.S.N.R.
Construtor: José Miguel Amaro, Faro, 1948
Tonelagens: Tab 112,37 to > Tal 73,43 to > Porte 331 to
Cpmts.: Ff 29,45 mt > Pp 24,93 mt > Bc 7,19 mt > Ptl 2,79 mt
Máq.: Skandia A/B, Lysekil, Suécia, 1936 > 1:Sd > 130 Bhp
Naufragado após colisão com cargueiro alemão "Thoralbe", na barra do rio Tejo em 22.09.1965. A equipagem composta por 7 tripulantes salvou-se.

O " Maria Clotilde" - próximo à barra do rio Douro,
foto da colecção de Rui Amaro

Chocolate, amendoas e pão de ló


Isto vem a propósito para desejar a todos uma Páscoa feliz.

Entretanto, se vai viajar por favor conduza com cuidado...

quarta-feira, 19 de março de 2008

Pró-vocações II


Barra do rio Douro

Hoje ainda cedo, aproveitando o sol da manhã, munido da indispensável máquina fotográfica, fui dar uma passeata pela Foz do Douro, ver as condições da barra e o evoluir das obras em curso. Faço questão de dividir a imagem com os amigos bloguistas, no sentido de tentar perceber o porquê da desolação de um local divino e abençoado. Reparei que inclusivé a margem Sul, entre Sampaio e a Afurada está em obras, com sinais de significativa melhoria. Tive ontem conhecimento que a empresa Fred Olsen vai levar o navio de cruzeiros "Black Prince" a Viana do Castelo, durante o próximo ano. Por estas e por outras, não me canso de perguntar quando chegará a vez do Douro. Nós e o rio já estamos cansados de esperar...

E já agora Senhores do Instituto do Património, se por acaso alguem se acusar, para quando dar o devido relevo ao farol de S. Miguel-o-Anjo, preciosidade quinhentista completamente votada ao abandono e ostracismo. Entretanto a Administração dos Portos do Douro e Leixões, empenhados na requalificação da zona da Cantareira, talvez queiram jogar em antecipação e começar a requalificação do monumento. Pequeno edifício de fácil recolocação, podia perfeitamente ser movido alguns metros sobre o cais envolvente, ganhando visibilidade e o justo destaque que merece um dos mais antigos faróis, não só da Europa, mas de todo o mundo. E, para aproveitar o espaço deixado em aberto pelo farol, porque não construir casas de banho. Afinal o farol desde há muitos anos que vem cumprindo ingloriamente essa indesejável finalidade...

O farol de S. Miguel-o-Anjo, tal como agora se encontra, à espera de melhores dias.

Marinha Inglesa - Visitas no passado


O H.M.S. “ Vidal “

O navio hidrográfico da Armada Real Britânica H.M.S. “ Vidal “, esteve em Leixões, em visita de cortesia, no passado dia 15 de Outubro de 1963, tendo entrado no porto pelas 08.30 horas, ficando atracado no cais da doca Nº 2. Saíu no dia 21. Veio sob o comando do Capitão de Mar-e-Guerra G.S. Ritchie.
O navio tinha um deslocamento de 2.150 toneladas, mede 313 pés de comprimento, 40 pés de largura e apresentava 12,5 pés de calado. Tinha um complemento de 14 oficiais e 150 praças, trazendo a bordo, também, 5 cientistas que vieram procedendo a observações cientificas.
O H.M.S. “Vidal” foi o primeiro navio da Armada Real Britânica desenhado e concebido para observações hidrográficas. Trazia a bordo aparelhagem e equipamento electrónico do mais aperfeiçoado e tinha, também, um helicóptero.
A sua missão primária, naquela ocasião, era fazer observações no Atlântico Norte, mas, antes de iniciar essa longa viagem, trazia a incumbência especial de, em nome do Contra-Almirante Irving, do serviço hidrográfico da Armada Real, entregar ao Professor Dr. Armando Cortesão, conhecido Historiador e Cartógrafo da Universidade de Coimbra, uma série de Cartas do Almirantado para uso do Departamento de Estudos de Cartografia Antiga dessa Universidade.
Do programa organizado na visita do navio constou essencialmente do seguinte; na manhã do dia da chegada, o Comandante Ritchie, acompanhado pelo Cônsul Geral Britânico e pelo Adido Naval junto da Embaixada Britânica em Lisboa, apresentaram cumprimentos às diversas Autoridades locais. A retribuição de cumprimentos efectuou-se a bordo, à tarde e, entre as 17 e as 18 horas o Comandante recebeu os representantes da Imprensa. Às 18.30 horas desse dia o Cônsul Geral Britânico deu uma recepção na sua residência. No dia seguinte, 16, o Comandante e oficiais deram uma recepção à noitinha, a bordo do navio. Na quinta-feira 17, o Comandante Ritchie seguiu de automóvel para Coimbra onde fez a entrega das Cartas à Universidade, no Átrio do Senado, na presença do Reitor da Universidade, do Professor Cortesão e de outros Catedráticos e do Director da Casa de Inglaterra, em Coimbra. À cerimónia seguiu-se uma visita pela Universidade, e, depois foi servido um almoço no Buçaco, oferecido pelo Cônsul Geral Britânico às Autoridades convidadas e que estiveram presentes na cerimónia. O Comandante Ritchie aproveitou a oportunidade para visitar o local da famosa batalha do Buçaco e o Museu da Guerra.
Na sexta-feira 18, os oficiais do navio fizeram um passeio pelo Minho, por amável convite do Sr. Governador Civil do Porto. A Câmara Municipal da Cidade ofereceu um entretenimento, ainda nesse dia, às praças e oficiais subalternos, constando duma exibição de danças regionais, a que se seguiu uma merenda no Palácio de Cristal.
Durante a estadia do navio em porto, os oficiais e praças visitaram armazéns de vinhos e jogaram um desafio de «cricket» contra uma equipa formada por elementos da colónia britânica do Porto. O navio esteve patente ao público no dia 19, entre as 14.30 e as 17 horas.

O H.M.S. "Vidal" a entrar em Leixões - imagem (c) Fotomar

terça-feira, 18 de março de 2008

Navios Portugueses - Há dias de sorte...


O farol do Cabo de S. Vicente,
o " Hermínios " ou o " Inago " da Soponata

Paralelamente ao vício dos navios, mantenho há alguns anos a mania dos faróis (a velha história de onde a terra acaba e se ganham horizontes sem fim - sonhos de criança).
Isto vem a propósito porque hoje, ao encontrar mais um postal do farol do Cabo de S. Vicente, lembrei-me da legislação mais recente que proíbe os navios tanques de navegarem próximo da costa e há poucos anos devidamente regulamentadas as absolutamente necessárias zonas de separação. No momento da aquisição, fiquei com a impressão de ver na imagem um navio da extinta Soponata, deixando todavia uma apreciação mais cuidada para depois de chegar a casa.
E qual não é o meu espanto ao verificar que se trata precisamente do 1º navio da Companhia, o " Gerez ", (salvo melhor opinião, que agradeço se estiver errado), possívelmente em lastro a navegar com destino ao Golfo Pérsico. Daí que por motivos óbvios e por força das circunstâncias o "Gerez" recebe e merece hoje as honras do dia.

" Hermínios " ou " Inago "
Porto de registo: Lisboa


Nº Oficial: G-490 > Iic.: C.S.H.O. > Equipagem: 40 tripulantes
Construtor: The Caledon Shipbuilding & Engineering Co., Ltd., Dundee, sob contrato de Gotaverken, Gotemburgo, Suécia, em Junho de 1931
ex "Kalmia" - Rederi Transmark A/B, Gotemburgo, 1931-1945
ex "Gerez" - Instituto Português de Combustíveis, 1945-1947
Tnlgs.: Tab 8.249,29 to > Tal 5.060,42 to > Porte 12.380 to
Cmpts.: Ff 143,11 mt > Pp 137,51 mt > Bc 18,08 mt > Ptl 11,00 mt
Máq.: Akt. Gotawerken, 1931 > 2:Di > 3.900 Ihp > Veloc. 12 m/h
Vendido Comp. Espanhola Petróleos, nome "Arapiles", 1953-1971
Vendido para demolição em Vinaroz, Espanha, em Maio de 1971

O pedido de opinião avalizada acima chegou com a indicação que o navio em causa, lamentavelmente não é o "Gerez", (confesso que fiquei decepcionado, mas não muito) mas o "Hermínios" ou o "Inago", ambos de construção muito mais recente. Gostaria de explicar que a minha confusão ficou a dever-se ao facto de só me lembrar destes navios pintados com o casco preto, em substituição do cinzento de origem, tal como o navio se apresenta.

Frotas nacionais - C.N.Carregadores Açoreanos


Os navios da Companhia

" Lagoa "
Porto de registo: Ponta Delgada

O "Lagoa" - imagem (c) da colecção de fsc

Navio Nº 5 da frota > Nº Of. 940 > Iic.: H.L.G.O.
Em serviço desde 1924 até 18.12.1928
Construtor: Neptun A. Geselschaft, Rostock, Alemanha, 07.1911
ex "Mailand" - R.M. Sloman Jr., Hamburgo, 1911-1916
ex "Viana" - Tranportes Marítimos do Estado, 1916-1924
Tonelagens: Tab 1.922,39 to > Tal 1.363,47 to
Cpmts.: Ff 91,50 mt > Pp 87,17 mt > Bc 12,52 mt > Ptl 5,12 mt
Máq.: Neptun A.G., Rostock, 1911 > 1:Te > 1.870 Ihp > 10 m/h
Naufragou após encalhe nas pedras denominadas Cavalos de Fão, a Sul de Viana do Castelo, por supostamente ter partido o gualdrope do leme, ficando desgovernado. O navio deu à costa cerca das 12.15 horas de 18.12.1928, possibilitando o completo resgate da tripulação.

" Villa Franca " (II)
Porto de registo: Ponta Delgada

O "Villa Franca" - imagem da colecção de fsc

Navio Nº 6 da frota > Nº Of. 939 > Iic.: C.S.B.T.
Em serviço desde 12.08.1924 até 1951
Construtor: G. Seebek A.G., Geestemunde, Alemanha, 04.1906
ex "Arkadia" - Bremer Dampferlinie Atlas, Bremen, 1906-1916
ex "Esposende" - Transportes Marítimos do Estado, 1916-1924
Tonelagens: Tab 2.035,30 to > Tal 1.250,08 to > Porte 2.800 to
Cpmts.: Ff 83,82 mt > Pp 80,30 mt > Bc 11,43 mt > Ptl 6,63 mt
Máq.: G. Seebek A.G., Gst., 1906 > 1:Te > 1.350 Ihp > 10,5 m/h
Vendido, alterou o nome para "Octombrie Rosu", 1951-1960
Vendido para demolição na Roménia, em 1960.

" Angra "
Porto de registo: Ponta Delgada

O "Angra" - imagem (c) da colecção de fsc

Navio Nº 7 da frota > Nº Of. 943 > Iic.: H.A.G.A.
Em serviço desde 1928 até 27.12.1933
Construtor: Sunderland Shipbuilding Co. Ltd., Inglat. 03.1915
ex "Flaxmere" - Watson S/ship Co Ltd., Manchester, 1915-1923
ex "Boscan" - MacAndrews & Co. Ltd., Manchester, 1923-1928
Tonelagens: Tab 1.542,21 to > Tal 877,62 to > Porte 2.230 to
Cpmts.: Ff 84,50 mt > Pp 81,32 mt > Bc 11,80 mt > Ptl 5,04 mt
Máq.: Sunderland, Ltd, 1915 > 1:Te > 1.200 Ihp > Vlc. 10 m/h
Naufragou por encalhe na praia de Lavadores, 2 milhas a Sul do rio Douro, devido a nevoeiro e forte agitação do mar, em 27.12.1933. A tripulação foi salva através de cabo de vai-vem.

Nota: Na oportunidade quero agradecer as informações recebidas dos amigos Rui Amaro e Luís Miguel Correia, relativamente ao esclarecimento sobre datas e histórico de alguns navios, pelo que agora as indicações deverão estar correctas. A ambos muito obrigado.

Frotas nacionais - C.N.Carregadores Açoreanos


Os navios da Companhia

" Gonçalo Velho " (II)
Porto de registo: Ponta Delgada

O "Gonçalo Velho" - imagem de autor desconhecido,
colecção de fsc

O navio Italiano "Generoso" em Leixões - imagem (c) Fotomar

Navio Nº 8 da frota > Nº Of. 944 > Iic.: C.S.A.S.
Em serviço desde 1928 até 1949
Construtor: Murdock & Murray, Ltd., Glasgow, Escócia, 03.1913
ex "Linmere" - Watson S/ship Co. Ltd., Manchester, 1913-1923
ex "Balboa" - MacAndrews & Co., Manchester, 1923-1928
Tonelagens: Tab 1.595,27 to > Tal 831,81 to > Porte 2.350 to
Cpmts.: Ff 83,76 mt > Pp 80,82 mt > Bc 11,80 mt > Ptl 5,20 mt
Máq.: Muir & Houston, Ltd., 1913 > 1:Te > 1.200 Ihp > 10 m/h
Vendido Cia. San Giorgio, mudou nome "Generoso", 1949-1960
Vendido para demolição em La Spezia, em Março de 1963.

" Pero de Alenquer "
Porto de registo: Ponta Delgada

O "Pero de Alenquer" em Lisboa - imagem (c) Agência Fotográfica,
minha colecção

Navio Nº 9 da frota > Nº Of. 946 > Iic.: C.S.B.O.
Em serviço desde 29.03.1929 até 11.1959
Construtor: Neptun A. Geselschaft, Rostock, Alemanha, 10.1913
ex "Antares" - Dampschiff G. Argo, Bremen, 1913-1916
ex "Coimbra" - Tranportes Marítimos do Estado, 1916-1925
ex "Pero de Alenquer" - Armada Portuguesa, 1925-1929
Tonelagens: Tab 2.592,83 to > Tal 1.537,87 to > Porte 4.450 to
Cpmts.: Ff 104,63 mt > Pp 100,55 mt > Bc 14,04 mt > Ptl 5,62 mt
Máq.: Neptun A.G., Rostock, 1913 > 1:Te > 1.870 Ihp > 11 m/h
Vendido para demolição em Lisboa, em Novembro de 1959.

" San Miguel "
Porto de registo: Ponta Delgada

O "San Miguel" em Lisboa - imagem (c) Agência Fotográfica,
minha colecção

Navio Nº 10 da frota > Nº Of. 948 > Iic.: C.S.A.I.
Em serviço desde 24.02.1931 até 01.1968
Construtor: Swan Hunter W. Richardson, Ltd., Inglat. 02.1931
Tonelagens: Tab 2.112,40 to > Tal 1.205,11 to > Porte 3.350 to
Cpmts.: Ff 92,61 mt > Pp 88,87 mt > Bc 12,80 mt > Ptl 5,41 mt
Máq.: Neptuno Works, Ing., 1930 > 1:Te > 1.869 Ihp > 12 m/h
Vendido para demolição em El Ferrol, Espanha, Janeiro 1968.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Frotas nacionais - C.N.Carregadores Açoreanos


Os navios da Companhia

" Corte Real "
Porto de registo: Ponta Delgada

O "Corte Real" - imagem (c) Colecção fsc

Navio Nº 11 da frota > Nº Of. 949 > Iic.: C.S.A.G.
Em serviço desde 1934 até 12.10.1941
Construtor: A. Vuijk & Zonen, Capelle a/d Ijssel, Holanda, 06.1922
Tonelagens: Tab 2.043,85 to > Tal 1.211,78 to
Cpmts.: Ff 90,41 mt > Pp 86,26 mt > Bc 12,25 mt > Ptl 5,86 mt
Máq.: Sulzer, Vlissinger, Holanda, 1922 > 1:Te > 267 Nhp
Naufragou após torpedeamento por submarino desconhecido, a cerca de 80 milhas a Oeste de Lisboa, na posição 38º43'N 11º00W, em 12.10.1941

" Sete Cidades " (I)
Porto de registo: Lisboa

O "Sete Cidades" - foto de autor desconhecido,
colecção de A.A. Morais

Navio Nº 12 da frota > Nº Of. G-466 > Iic.: C.S.G.J.
Em serviço desde 01.05.1944 até 27.07.1950
Construtor: Clyde Shipping & Engineering Ltd., Glasgow, 08.1906
ex "Shahristan" - Anglo Algerian St/ship, Swansea, 1906-1911
ex "Siptah" - J. Moss & Co., Ltd., 1911-1930
ex "Traunstein" - A. Bernstein, 1930-1939
ex "Luise Bornhofen" - R. Bornhofen, 1939-1943
Tonelagens: Tab 2.953,88 to > Tal 1.839,11 to > Porte 4.448 to
Cpmts.: Ff 104,24 mt > Pp 101,02 mt > Bc 13,17 mt > Ptl 6,77 mt
Máq.: Clyde S.&E., Ltd., 1906 > 1:Te > 1.200 Ihp > Veloc. 10 m/h
Vendido para demolição em Sunderland, em 27.07.1950

" Ribeira Grande "
Porto de registo: Ponta Delgada

O "Ribeira Grande" em Leixões - imagem (c) Fotomar

Navio Nº 13 da frota > Nº Of. 938 > Iic.: C.S.L.Q.
Em serviço desde 07.04.1948 até 11.12.1972
Construtor: A. Vuijk & Zonen, Capelle a/d Ijssel, Holanda, 02.1948
Tonelagens: Tab 2.388,40 to > Tal 1.294.58 to > Porte 3.820 to
Cpmts.: Ff 106,52 mt > Pp 100,64 mt > Bc 14,50 mt > Ptl 5,10 mt
Máq.: Sulzer Bros., Ltd., 1947 > 1:Di > 3.900 Ihp > Veloc. 14 m/h
Transferido para a Empresa Insulana de Navegação em 11.12.1972
Transferido para a Comp. de Transportes Marítimos a 04.02.1974
Vendido para demolição em Lisboa em Fevereiro de 1987.

Frotas nacionais - C.N. Carregadores Açoreanos


Os navios da Companhia

" Horta"
Porto de registo: Ponta Delgada

O "Horta" em Leixões - imagem (c) Fotomar

Navio Nº 14 da frota > Nº Of. 941 > Iic.: C.S.L.O.
Em serviço desde 04.03.1949 até 11.12.1972
Construtor: Blyth Drydock & Shipbuilding Co. Ltd., Blyth, 01.1949
Tonelagens: Tab 2.646,54 to > Tal 1.040,69 to > Porte 3.910 to
Cpmts.: Ff 105,99 mt > Pp 100,07 mt > Bc 14,56 mt > Ptl 4,81 mt
Máq.: N.E. Marine Engineering, 1948 > 1:Di > 3.800 Ihp > 14 m/h
Transferido para a Empresa Insulana de Navegação em 11.12.1972
Transferido para a Comp. de Transportes Marítimos a 04.02.1974
Vendido para demolição em Lisboa, em Julho de 1981.

" Monte Brasil "
Porto de registo: Ponta Delgada

O "Monte Brasil" em Lisboa - foto de autor desconhecido,
minha colecção

Navio Nº 15 da frota > Nº Of. 940 > Iic.: C.S.L.P.
Em serviço desde 11.10.1948 até 11.12.1972
Construtor: A. Vuijk & Zonen, Capelle a/d Ijssel, Holanda, 08.1948
Tonelagens: Tab 2.394,03 to > Tal 1.303,35 to > Porte 3.800 to
Cpmts.: Ff 106,44 mt > Pp 100,44 mt > Bc 14,58 mt > Ptl 5,11 mt
Máq.: Sulzer Bros., Ltd., 1944 > 1:Di > 3.900 Ihp > Veloc. 14 m/h
Transferido para a Empresa Insulana de Navegação em 11.12.1972
Transferido para a Comp. de Transportes Marítimos a 04.02.1974
Vendido para demolição em Lisboa 1981, demolido Maio, 1982

" Vila do Porto "
Porto de registo: Ponta Delgada

O "Vila do Porto" em Leixões - imagem (c) Fotomar

Navio Nº 16 da frota > Nº Of. 942 > Iic.: C.S.L.R.
Em serviço desde 06.1949 até 20.03.1955
Construtor: Blyth Drydock & Shipbuilding Co Ltd., Blyth, 06.1949
Tonelagens: Tab 2.585,41 to > Tal 1.174,55 to > Porte 3.973 to
Cpmts.: Ff 106,44 mt > Pp 100,46 mt > Bc 14,56 mt > Ptl 4,81 mt
Máq.: N.E. Marine Engineering, 1949 > 1:Di > 3.800 Ihp > 14 m/h
Naufragou por encalhe em Leixões em 20.03.1955

domingo, 16 de março de 2008

Frotas nacionais - C.N. Carregadores Açoreanos


Os navios da Companhia

" Lagoa " (II)
Porto de Registo: Ponta Delgada

O "Lagoa" em Leixões - imagem (c) Fotomar

Navio Nº 17 da frota > Nº Of. 937 > Iic.: C.S.A.R.
Em serviço desde 15.10.1951 até 11.12.1972
Construtor: Soc. Espanhola de Construção Naval, Bilbao, 1949
ex "Villaviciosa" - Soc Nacional Elcano S.A., Bilbao, 1950-1952
Tonelagens: Tab 2.414,75 to > Tal 1.406,18 to > Porte 2.885 to
Cpmts.: Ff 89,60 mt > Pp 84,97 mt > Bc 13,20 mt > Ptl 6,98 mt
Máq.: S.C.N., Espanha, 1949 > 1:Cd > 1.800 Ihp > Vlc. 12 m/h
Transf. para a Emp. Insulana de Navegação, em 11.12.1972
Vendido, alterou o nome para "Somar", 1973-1973
Vendido para demolição na Gandia, a 07.10.1973

" Sete Cidades " (II)
Porto de registo: Ponta Delgada

O "Sete Cidades" em Leixões - imagem (c) Fotomar

Navio Nº 18 da frota > Nº Of. 943 > Iic.: C.S.A.M.
Em serviço desde 24.01.1952 até 1962
Construtor: Soc. Espanhola de Construção Naval, Bilbao, 1950
ex "Villagarcia" - Soc Nacional Elcano S.A., Bilbao, 1950-1952
Tonelagens: Tab 2.414,60 to > Tal 1.402,06 to > Porte 2.885 to
Cpmts.: Ff 89,60 mt > Pp 84,92 mt > Bc 13,20 mt > Ptl 6,98 mt
Máq.: S.C.N., Espanha, 1950 > 1:Cd > 1.800 Ihp > Vlc. 12 m/h
Vendido em 1962 ??

" Açores "
Porto de registo: Lisboa

O "Açores" em Leixões - imagem (c) Fotomar

O "Pedro Reinel" em Leixões - foto (c) m/ colecção

Navio Nº 19 da frota > Nº Of. H-458 > Iic.: C.S.B.A.
Em serviço de 1958 até 18.12.1972
Construtor: Finnboda Varf A/B., Estocolmo, 05.03.1958
ex "Svea" - Registo Sueco, 05.03.1958 até 28.07.1958
Tonelagens: Tab 2.962,88 to > Tal 1.616,33 to > Porte 4.496 to
Cpmts.: Ff 114,49 mt > Pp 107,55 mt > Bc 15,42 mt > Ptl 8,38 mt
Máq.: Eriksbergs A/B, 1958 > 1:Di > 4.450 Bhp > Veloc. 15 m/h
Transf. para e Emp. Insulana de Navegação, em 18.12.1972
Transf. para a Comp. Transportes Marítimos, em 04.02.1974
Vendido à Portline, nome "Pedro Reinel", 05.11.1985
Vendido, alterou o nome para "Pedro Express", 1987-1987
Vendido para demolição em Gadani Beach, em 29.09.1987

Frotas nacionais - C.N.Carregadores Açoreanos


Os navios da Companhia

" Ponta Garça "
Porto de registo: Lisboa

O "Ponta Garça" em Leixões - imagem (c) Fotomar

Navio Nº 20 da frota > Nº Of. H-466 > Iic.: C.S.B.J.
Em serviço de 1963 até 20.12.1972
Construtor: Estaleiros Navais de Viana do Castelo, 12.1962
Tonelagens: Tab 1.809,89 to > Tal 968,79 to > Porte 2.740 to
Cpmts.: Ff 97,40 mt > Pp 94,77 mt > Bc 13,38 mt > Ptl 4,28 mt
Máq.: Sulzer, Suiça, 1960 > 1:Di > 2.250 Bhp > Vlc. 14 m/h
Transf. para e Emp. Insulana de Navegação, em 20.12.1972
Transf. para a Comp. Transportes Marítimos, em 04.02.1974
Vendido à Transinsular, nome "Antero de Quental", 16.01.1986
Vendido para demolição em Lisboa, em 15.02.1988

" Lagoa " (III)
Porto de registo: Lisboa

O "Lagoa" em Leixões - imagem (c) Fotomar

Navio Nº 21 da frota > Nº Of. I-404 > Iic.: C.S.L.I.
Em serviço de 1972 até 11.12.1972
Construtor: Falkenbergs-Varv R/B., Suécia, 15.12.1962
ex "Vaasa" - Registo Finlandês, 1961-1964
ex "Bure" - Fred Olsen Lines, Noruega, 1964-1972
Tonelagens: Tab 521,13 to > Tal 301,94 to > Porte 1.970 to
Cpmts.: Ff 74,50 mt > Pp 67,56 mt > Bc 10,82 mt > Ptl 4,82 mt
Máq.: Mwm-Mannhein, 1962 > 1:Di > 1.300 Bhp > Vlc. 12 m/h
Transf. para e Emp. Insulana de Navegação, em 11.12.1972
Transf. para a Comp. Transportes Marítimos, em 04.02.1974
Vendido à Vinave, manteve o mesmo nome, 06.09.1985-1991
Vendido, alterou o nome para "Mago", 1991-??

" Sete Cidades " (III)
Porto de registo: Lisboa

O "Sete Cidades" no rio Douro - imagem (c) Fotomar

Navio Nº 22 da frota > Nº Of. I-405 > Iic.: C.S.L.K.
Em serviço de 1972 até 18.12.1972
Construtor: Falkenbergs-Varv R/B., Suécia, 31.01.1961
ex "Nordpol" - Registo Sueco, 1961-1964
ex "Bruse" - Fred Olsen Lines, Noruega, 1964-1972
Tonelagens: Tab 510,12 to > Tal 292,66 to > Porte 1.970 to
Cpmts.: Ff 74,50 mt > Pp 67,56 mt > Bc 10,82 mt > Ptl 4,82 mt
Máq.: Mwm-Mannhein, 1960 > 1:Di > 1.300 Bhp > Vlc. 12 m/h
Transf. para e Emp. Insulana de Navegação, em 18.12.1972
Transf. para a Comp. Transportes Marítimos, em 04.02.1974
Vendido à Vinave, manteve o mesmo nome, 06.09.1985-1990
Vendido, alterou o nome para "Consul", 1990-1990
Vendido, alterou o nome para "Rahmi", 1990-1992
Vendido, alterou o nome para "Sharaf Alddin", 1992-2001
Vendido, alterou o nome para "Egenur", 2001-??

sábado, 15 de março de 2008

Encontro de transportes

O navio "Niassa" da Companhia Nacional de Navegação descarrega em Leixões carros eléctricos, o principal meio de carga e transporte de passageiros da cidade do Porto e arredores, durante muitos anos, até à sua substituição por autocarros. Na imagem vê-se em 2º plano um carro do modelo "Brill 28" de fabrico Inglês, cuja construção teve início em 1929 e que pode ainda ser visto na única linha a funcionar, na ligação entre as estações do Infante e da Cantareira, na foz do Douro, quase exclusivamente com fins turísticos. No 1º plano encontra-se uma "Zorra" também de fabrico Inglês, destinada ao transporte de carvão de S. Pedro da Cova para Massarelos, junto ao rio.


O "Niassa" e os carros eléctricos do Porto

quinta-feira, 13 de março de 2008

Redescobrindo o rio Douro


Navios no rio Douro

Só quem conhece o rio com as margens a abraçar quem nele navega, terá certamente tirado partido de uma paisagem deslumbrante, que dificilmente se esquece. E continua a surpreender os marinheiros dos navios que sobem rio acima até Sardoura, que não regateiam elogios à visita ao Porto e lamentam a escassez de cargas para que poderem regressar. Não é por acaso que um capitão Inglês escolheu o rio para última morada, com as águas acima e abaixo, num permanente namoro com as águas do mar.


O "Lanrick" subindo o rio Douro

O "Lanrick" era um navio Inglês que visitava o rio com muita regularidade. Foi construído por Gavle Varvet, em Gefle, Súecia em Julho de 1957, para o armador Gibson Rankine, de Leith. Tinha uma tab de 570 to. e media 74 metros de comprimento. Esteve encalhado na margem Sul do rio, próximo ao cais de Gaia, durante um mês por ter sido apanhado pela cheia de 1962. Foi desencalhado, regressou ao serviço comercial e voltou muitas vezes até cair de velho num sucateiro de Hartlepool a 27 de Maio de 1982.



Nesta foto descobrimos o transporte de gás Dinamarquês "Karin Tholstrup" ancorado no pontão frente às instalações da Mobil. Construído nos estaleiros Brand, de Oldemburgo, na Alemanha, a 4 de Novembro de 1960, integrou a frota dos tanques Tholstrup, sendo igualmente um dos visitantes assíduos ao rio. Tinha uma tab de 500 to. e como muitos outros navios que ali amarraram, deixam às gentes ribeirinhas um imenso oceano de saudades.

Navios estrangeiros; um quebra-cabeças


O " Hilary " em Lisboa


Esta imagem pertence ao colega e amigo Rui Amaro, que ele guardou dum calendário de 1951, da companhia armadora a Booth Line, de Liverpool. É uma gravura muito bonita, melhorada pela tentativa de recrear o rio Tejo e a cidade de Lisboa no início do século XX. Só que tem um erro, (grave e grosseiro), que o Rui descobriu e que eu deixo à análise e perspicácia dos habituais comentadores para tentarem descobrir. Ajudo dizendo que esse tipo de erro acontece ocasionalmente, dando direito a multa porquanto essa situação está prevista na legislação.